Agosto tem estado a ser foi um mês cultural.
Começámos por nos armar em
snobs e fomos apreciar uma peça de teatro,
"A
Verdadeira História de Barbi" no Casino de Lisboa. Três "tias"
(muito bem interpretadas por homens) a queixarem-se das frustrações das suas
vidas, dos filhos, dos maridos, das amantes dos maridos, e umas das outras.
Embora não esteja exactamente hilariante, é uma peça bem feita, que tem momentos
muito bons e uma interpretação sólida. Tínhamos ouvido dizer bem dela antes, e
agora confirmamos: valeu a pena ir ver. Temos pena que já não apanhem o barco pois a peça saiu de cena no passado dia 18. Mas caso volte à baila arrisquem!
E já ninguém nos faz esquecer o "GÉÉÉÉÉÉÉÉR!!!" (não percebem? Esperem pela próxima exibição, ou
perguntem a quem foi!).
Uma data de dias depois, passámos umas boas 2 horas na fila para entrar no
Palácio da Ajuda e ver a exposição da Joana Vasconcelos. Isto, note-se, porque
comprámos os bilhetes com antecedência. Se tivesse sido no dia teria sido
pelo menos uma hora adicional de fila nas bilheteiras.
A ideia inicial da Ninixe era passar no mínimo o mesmo tempo dentro do palácio
que na fila, mas não deu. Mesmo lendo as descrições das peças, das salas, das
decorações e apreciando os extintores não demorámos mais de 1 hora.
Conclusões e
Opiniões? A arte é mesmo uma coisa estranha.
Se há algumas obras em que uma pessoa pensa “Epá, isto tem a sua piada e até
deve ter dado algum trabalho”, há outras em que, simplesmente, mais valia termos
ficado a olhar para o aquecedor da sala ou algo parecido. A “obra”
Una
Dirección (lá exposta como "One Direction") foi daquelas que nos deixou
a pensar “Mas que raios tem isto de arte?!”. Confesso que se não fosse a
rapariga à nossa frente ter reparado nas tranças dos separadores não tínhamos
dado pela coisa. Ao menos o
carro alucinado
tinha muito por onde se ver! Ainda não sei como é que não tive pesadelos com o
dito e com aqueles peluches de ar maléfico que se mexiam (e faziam barulho) lá
dentro, mas adiante...
Também achámos piada a haverem obras associadas a
músicas – o nosso conhecimento artístico nunca tinha pensado nessa dimensão mas
ok, ficou bonito. A
Carmen
ainda deve ter tido gente a ouvir do início ao fim, mas duvido que tenham havido
muitas almas a ouvir os 3 fados associados ao
Coração
Independente. Isto para não falar da TV com o
Festival da
Eurovisão de 1982 que ainda nos deixou uns minutos embasbacados.
Portanto, esteve interessante sim senhor, mas não é coisa para a qual voltemos a
ficar horas de plantão de livre vontade.
Finalmente, conseguimos dar um saltinho ao Terreiro do Paço e ver o
espetáculo de luzes. Os
planos saíram
só um bocadinho ao lado... Combinámos um lanche em casa com
visionamento de filme, para depois irmos para lá ver a sessão das 21h30. Ora, às
21h30 estava o filme a acabar... Portanto, passou para as 22h30.
Saímos ainda
com algum tempo mas, além do autocarro ficar preso no trânsito, ainda assistimos
a uma discussão acesa entre o motorista e pessoal que queria sair onde não
devia. Até a polícia foi chamada, a coisa atrasou mais um bocado, e quando
passámos pelo Terreiro do Paço já o espectáculo ia a meio. Pois que fomos buscar
uns gelados e voltámos a tempo de nos posicionar, finalmente, para a sessão das 23h30.
O espectáculo esteve engraçado. Muitas luzes, muitos
efeitos, tudo projectado no arco da Rua Augusta e edifícios circundantes,
bem
* alinhado para usar os edifícios e as estátuas como parte da
história. A banda sonora estava boa e ajudava ao ambiente épico da coisa. No
conjunto, resultou numa meia-hora (mais coisa menos coisa) bem passada e
interessante, a ver algo inovador e fora do comum.
E foi a cultura que se conseguiu neste mês. A ver se arranjamos mais formas de
nos cultivarmos, mas não esperem muito de nós no que toca a apreciar arte...
Como se costuma dizer, "Não percebo muito de arte, mas sei do que gosto". E nós,
no que toca a gostar de coisas, é mesmo mais bolos. Ou salgadinhos!
* Bem, ponto e vírgula. Aqui O Homem,
que é mais dado às coisas das tecnologias, torceu o nariz a alguns
pormenorezitos. E os saltos das personagens, embora até se percebam,
tornavam-se cómicos.