sábado, agosto 31, 2013

Cultura

Agosto tem estado a ser foi um mês cultural.

Começámos por nos armar em snobs e fomos apreciar uma peça de teatro, "A Verdadeira História de Barbi" no Casino de Lisboa. Três "tias" (muito bem interpretadas por homens) a queixarem-se das frustrações das suas vidas, dos filhos, dos maridos, das amantes dos maridos, e umas das outras. Embora não esteja exactamente hilariante, é uma peça bem feita, que tem momentos muito bons e uma interpretação sólida. Tínhamos ouvido dizer bem dela antes, e agora confirmamos: valeu a pena ir ver. Temos pena que já não apanhem o barco pois a peça saiu de cena no passado dia 18. Mas caso volte à baila arrisquem!
E já ninguém nos faz esquecer o "GÉÉÉÉÉÉÉÉR!!!" (não percebem? Esperem pela próxima exibição, ou perguntem a quem foi!).


Uma data de dias depois, passámos umas boas 2 horas na fila para entrar no Palácio da Ajuda e ver a exposição da Joana Vasconcelos. Isto, note-se, porque comprámos os bilhetes com antecedência. Se tivesse sido no dia teria sido pelo menos uma hora adicional de fila nas bilheteiras.

A ideia inicial da Ninixe era passar no mínimo o mesmo tempo dentro do palácio que na fila, mas não deu. Mesmo lendo as descrições das peças, das salas, das decorações e apreciando os extintores não demorámos mais de 1 hora. 

Conclusões e Opiniões? A arte é mesmo uma coisa estranha.

Se há algumas obras em que uma pessoa pensa “Epá, isto tem a sua piada e até deve ter dado algum trabalho”, há outras em que, simplesmente, mais valia termos ficado a olhar para o aquecedor da sala ou algo parecido. A “obra” Una Dirección (lá exposta como "One Direction") foi daquelas que nos deixou a pensar “Mas que raios tem isto de arte?!”. Confesso que se não fosse a rapariga à nossa frente ter reparado nas tranças dos separadores não tínhamos dado pela coisa. Ao menos o carro alucinado tinha muito por onde se ver! Ainda não sei como é que não tive pesadelos com o dito e com aqueles peluches de ar maléfico que se mexiam (e faziam barulho) lá dentro, mas adiante...


Também achámos piada a haverem obras associadas a músicas – o nosso conhecimento artístico nunca tinha pensado nessa dimensão mas ok, ficou bonito. A Carmen ainda deve ter tido gente a ouvir do início ao fim, mas duvido que tenham havido muitas almas a ouvir os 3 fados associados ao Coração Independente. Isto para não falar da TV com o Festival da Eurovisão de 1982 que ainda nos deixou uns minutos embasbacados.

Portanto, esteve interessante sim senhor, mas não é coisa para a qual voltemos a ficar horas de plantão de livre vontade.

Finalmente, conseguimos dar um saltinho ao Terreiro do Paço e ver o espetáculo de luzes. Os planos saíram só um bocadinho ao lado... Combinámos um lanche em casa com visionamento de filme, para depois irmos para lá ver a sessão das 21h30. Ora, às 21h30 estava o filme a acabar... Portanto, passou para as 22h30.

Saímos ainda com algum tempo mas, além do autocarro ficar preso no trânsito, ainda assistimos a uma discussão acesa entre o motorista e pessoal que queria sair onde não devia. Até a polícia foi chamada, a coisa atrasou mais um bocado, e quando passámos pelo Terreiro do Paço já o espectáculo ia a meio. Pois que fomos buscar uns gelados e voltámos a tempo de nos posicionar, finalmente, para a sessão das 23h30.

O espectáculo esteve engraçado. Muitas luzes, muitos efeitos, tudo projectado no arco da Rua Augusta e edifícios circundantes, bem* alinhado para usar os edifícios e as estátuas como parte da história. A banda sonora estava boa e ajudava ao ambiente épico da coisa. No conjunto, resultou numa meia-hora (mais coisa menos coisa) bem passada e interessante, a ver algo inovador e fora do comum.


E foi a cultura que se conseguiu neste mês. A ver se arranjamos mais formas de nos cultivarmos, mas não esperem muito de nós no que toca a apreciar arte... Como se costuma dizer, "Não percebo muito de arte, mas sei do que gosto". E nós, no que toca a gostar de coisas, é mesmo mais bolos. Ou salgadinhos!


* Bem, ponto e vírgula. Aqui O Homem, que é mais dado às coisas das tecnologias, torceu o nariz a alguns pormenorezitos. E os saltos das personagens, embora até se percebam, tornavam-se cómicos.

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