Eu sou uma viciada em leitura - então quando estou em modo "alheada do mundo" os meus olhos tem uma tendência ainda maior para ler tudo o que apanharem pelo caminho.
Escusado será dizer que tenho o péssimo hábito de esticar o meu pescocinho de tartaruga por cima de ombros alheios e tentar ler algumas das linhas que estão a cativar os terceiros que me rodeiam.
Reconheço que não é bonito e que eu própria não acho piada nenhuma quando sinto olhares suspeitos por cima da minha pessoa mas, tal como uma vício que muito se tenta contrariar, vira e volta, e os meus olhitos, em dias em que o cérebro parece querer fugir, tendem a focar-se nas leituras alheias.
Hoje, no metro, dei por mim a ler o livro da senhora que seguia ao meu lado. O curioso é que numa outra qualquer viagem de metro, realizada há já algum tempo, eu tinha lido exactamente os mesmos parágrafos que estava a ler naquele momento. Sorri feita parva e reli-os novamente como se aquela fosse uma história que me dissesse algo.
E no meio da leitura e de divagações eis que fui apanhada em pleno acto de leitura compulsiva.
Voltei a sentar-me direitinha e forcei-me a olhar noutras direcções que não aquela - custou-me mas até à estação terminal consegui conter este impulso. Quase chegada ao meu destino decidi fazer só mais uma paragem antes de me dirigir finalmente a casa - fui a uma livraria, procurei o livro que já por 2 vezes me tinha chamado a atenção e li com calma e sem o medo de ser apanhada a fazer algo que não devia aquelas 2 a 3 páginas que tanto me prenderam a atenção.
Continua a não ser o meu tipo de história mas que o senhor tem jeito para a escrita, lá isso tem! Quem sabe um dia, quando tiver mais tempo e não tiver outros livros para ler lhe dê uma oportunidade.
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P.S. O livro em causa é o Pilares da Terra - Volume I de Ken Follett
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