Hoje fui uma má pessoa: fingi deliberadamente que não vi uma colega… Vá, ignorei, à cara podre, a mulher.
Eu, que até nem aprecio faltas de educação, cedi. A preguiça e o humor matinal falaram (aliás gritaram) mais alto esta manhã e, ao ver a dita senhora na mesma carruagem de metro que eu apanhei, dei por mim a pensar: “Porra pá… são 9h da matina – não tenho paciência para conversas de caca com esta atrasada mental!”
Assim, meti o ar mais blasé que consegui, vidrei os olhos algures no escuro do túnel do metro, e nem mexi o pescocito na direcção da mulher que estava a menos de 1,5m de moi. Ela, com toda a sua delicadeza (irony…) foi-se aproximando qual camião tir da porta e passou por mim como se nada fosse – fiquei seriamente na dúvida se me terá visto ou não e olhem que, em caso afirmativo, deve ter disfarçado bem melhor que eu!
O meu pequeno cérebro não aguenta determinados tons / timbres de voz (daqueles que tiram a paciência a um santo porque quase é necessário recorrer a um tradutor para perceber que mensagem está a tentar ser transmitida pela aquela alma) associados a conversas que vira e volta e toca o mesmo logo pela manhã.
Não tenho paciência para infortúnios e males sem fim que pairam sobre determinada pessoa e respectivos cão, gato e periquito. Não consigo sorrir (daqueles sorrisos amarelos que vejo na cara dos restantes colegas) e acenar de forma compreensiva (ou simplesmente de quem não quer saber) quando entram no elevador, começam a queixar-se, abrem a torneira e lá vão a chorar até saírem no seu andar. Principalmente, quando essas são as mesmas pessoas que nos dias em que acordam com o rabo destapado se colam à porta do elevador tipo porteiro, metem um ar de “Mexam-se seus inúteis que eu tenho que ir trabalhar”, não tiram o dedo do botão para “Fechar as Portas” e quase esmagam uma ou duas colegas durante o processo.
Enfim, haja paciência para aturar essa gentinha… Eu hoje não a tive e se querem saber: I’m not feeling guilty at all!
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